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domingo, 1 de maio de 2011

Quem esta no controle?

Tanto valor é dado ao sentimento amoroso que muitas vezes nos cegamos e não vemos que tão sublime sensação tem sua origem, em maioria, no desejo - sinônimo do instinto. Nós: meros animais fortemente movidos por esse instinto, rudimentar, não lapidado, puramente irracional.

Pois sim, nos autodenominamos animais racionais e o somos evidentemente, porém esquecemos que dentro de nós não existe somente o racional. Temos este grande monstro disfarçado em uma pequena carapaça e que é quem, por baixo dos panos, controla de fato a maioria de nossas ações, ainda que não aparentemente, inconscientemente. Tal monstro é sorrateiro e inteligentemente nos deixa acreditar que estamos no controle, usufrui-se de um poderoso artifício presente em nossas mentes: o inconsciente. Esconde-se por trás de tal e de lá realiza seu comando.

Acreditamos que o instinto está latente dentro de nós, sabemos de seu potencial porém achamos que nunca ele irá despertar e se um dia o acontecer suas rédeas estão em nossas mãos; criamos essa mentira e escolhemos por vontade própria acreditar nela, transformamo-la em um dogma: fato indiscutível. Tudo isso apenas para nos reafirmarmos, para provar para nos mesmo que somos superiores e afastar nossa condição dos demais animais, iludindo-nos com essa mentira vestida em ostentosos trajes que carrega a promessa do poder em suas costas, o qual é o maior alvo da cobiça humana.

Negamos essa nossa raiz com a natureza, com se fosse algo que rebaixasse nossa posição de soberanos do mundo, porém não vemos que foi através dela que nossa existência se fez efetiva.

Carol.

O Sentimento e sua Imortalidade

Sentimentos e lembranças são muitas vezes amantes que andam de mãos atreladas, porém só um é forte o bastante para resistir ao tempo.

Lembrança, sua existência depende fragilidade da mente humana, da subjetiva e mutável memória.

Já o sentimento, uma vez que brotado em nossos corações, sua semente é solta ao vento e enfinca suas raízes na linha do tempo. Forte o bastante para existir por si só, inteligentemente incorpora-se ao poderoso tempo, liga-se a seu corpo e lá cresce de acordo com a forma com que o alimentamos. E mesmo que cessado nossos cuidados, mesmo que estes durem apenas por mero segundo, uma vez que o sentimento toma forma e ganha existência, esta condição, o existir, torna-se imortal pois é capaz de se manter por si só, desenhada no corpo e poros de nada mais nada menos que o tempo, porém não o tempo presente ainda mutável e nem o futuro mais incerto ainda, e sim ao indubitável e concreto passado, pois este é aquele que guarda tudo o que uma vez existiu fazendo-os eternos escritos imortais.

Carol.