Ardente mentira, esse filho bastardo arrancado de mim em um momento de lapso da consciência, nova e ainda fraca toma conta de seu criador e depois se rasteja a procura de súditos que a possam sustentar; e quanto mais os encontra, mais cresce se tornando cada vez mais forte e sedutora até entrelaçar em seus dedos e tomar em seus braços inúmeras pobres almas.
Até estas então sucumbirem aos seus desejos, tomando sua forma, a incorporando. E uma vez dentro deles, penetra suas camadas sem cortesia alguma, apenas toma conta do espaço em que um dia existiu uma essência e espalha suas semente e ramos, cria seus filhos.
Filhos que se tornam cada vez mais sujos e com garras cada vez mais pegajosas a ponto de possuir tamanha força que aos olhos de muitos supera a imaculada verdade. Ah esta, pobre injustiçada. Tão poucos a dão espaço para crescer e se tornar forte, e tantos querem a corromper e sujar sua alva e pura carne. Sua luz brilha tão forte e intensamente, porém invisível aos olhos muitos por estarem cegos pela sedutora e negra mentira.
Carol.